terça-feira, 13 de março de 2012

Alargamento da Liga Profissional de Futebol, um passo para o abismo?

Em democracia popular, se perguntarmos aos pobres se votariam pela descida do preço do pão, obviamente que diriam SIM. Mas, em termos económicos, essa seria uma boa medida de interesse global? Pois bem, esta é uma analogia do que se terá passado na Assembleia-Geral da Liga Portuguesa de Futebol, onde os "clubes pequenos e pobres" votaram pelo alargamento da 1ª Liga, porque julgam que realizando mais jogos (a maioria deles não cobrem as despesas) e recebendo as vistas dos “grandes” lhes permitem obter receitas que cubram as despesas de uma época.
Infelizmente não será assim e, desse modo, o alargamento, em vez da redução da Primeira para 14 ou mesmo 12 clubes, e o refazer da Segunda Liga, talvez com duas zonas para minorar despesas com deslocações, optaram exactamente pela via da fuga para a frente, isto é, um passo para o abismo.  Só que esse passo vai agravar a crise económica e financeira do futebol profissional em Portugal, onde existem casos de  “profissionalismo envergonhado”. A imprensa de hoje e desde há algum tempo, vem relatando situações da existência de ordenados em atraso em várias equipas da primeira e da segunda liga. E repare-se que “ainda a procissão vai no adro”, em termos de competição. E depois no defeso, sem receitas, como será?
Também em termos desportivos este alargamento das duas ligas, apesar do “balão de oxigénio” que pode representar a inclusão das equipas Bs dos grandes, o resultado será catastrófico, pois a importação de jogadores estrangeiros, daqueles que com um simples telefonema aparecem aqui prontos a utilizar, continuará a crescer. O Sindicato dos jogadores de futebol, que poderia ser o primeiro a beneficiar com os alargamentos, graças a uma teórica maior empregabilidade, já se manifestou contra o alargamento.
Estranho, no meio deste “bodo aos pobres” é a postura dos três grandes (FCP, SLB e SCP) que são, de facto os “financiadores” dos pobres clubes e que só perderão com o alargamento.  Espero que os vetos do Sporting e do Nacional ( e a posição a tomar pela FPF) surtam efeitos e travem esta loucura dos "pobres clubes". Ou o futebol vive de loucuras? Quem pagará esta factura? Faltam no futebol dirigentes com visão de futuro e menos imediatistas. Pois é, os adeptos exigem resultados imediatos, mas não são eles que pagam o défice!
  



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