Não ganhámos, mas perder por 2-3 na final e contra a maior potência futebolistica do mundo, o Brasil, é um feito da nossa selecção de Sub-20. Jorge Jesus apressou-se a dizer, para desvalorizar esta selecção, que exceptuando 4 delas, as outras eram fraquinhas!
Agora que acabou, os treinadores e os dirigentes dos nossos "grandes" (e não só) deveriam ter vergonha deste éxito, pois a maioria destes jovens são renegados pelos clubes que os formaram, porque estes preferem apostar nos estrangeiros de quem pouco ou nada conhecem e não nos jovens que conhecem os seus passos desde o inicio da prática futebolistica. É vergonhoso não lhes darem as mesmas oportunidades que dão aos jovens estrangeiros, alguns até mais jovens do que estes.
Agora que o Benfica praticamente não tem jogadores portugueses (parece que 3 desta selecção vão ficar no clube, por especial "favor" de Jorge Jesus, mas ficarão atrás dos estrangeiros que enchem o plantel) e o FCP e o SCP estão quase assim também, toda a imprensa fala no assunto, mas os dirigentes não vão mudar nada e os adeptos "estão-se nas tintas". Querem lá saber deste problema, sim porque é um problema que ultrapassa o nosso futebol, como actividade que também é desportiva.
O futebol português está entregue a "negociantes" e, como escrevia o editorial do jornal Público do dia 20:
"Os paradoxos do futebol português. ...e a ausência quase total de jogadores portugueses nas equipas do topo do campeonato, há algo que não bate certo. E que merece ser reflectido.......o que se constata é que jovens como estes que chegaram à final ficam condenados a palmilhar os escalões secundários ou têm que emigrar para a Roménia ou Chipre. Em muitos casos, não se percebe por que razão se gastam milhões a contratar jovens estrangeiros quando ao lado há profissionais nacionais com o mesmo ou mais talento. Talvez sejam os interesses dos dirigentes nas contratações a determinar este paradoxo; talvez subsista no futebol a crença de que um jovem estrangeiro é melhor do que um português. Seja como for, o que esta selecção está a mostrar é que a gestão profissional do futebol obedece a uma estratégia absurda que escapa ao senso comum."
Gostaria de citar aqui dois exemplos recentes: Sílvio e Fábio Coentrão.
O primeiro foi "escorraçado" do Benfica e desceu aos regionais. Lutou sozinho e está no Atlético de Madrid!
O segundo, depois de contratado pelo Benfica, foi "devolvido" ao Rio Ave, mas ao segundo ou terceiro ano, Jorge Jesus fez o "especial favor" de o deixar no plantel do Benfica. Experimentou-o a defesa esquerdo e este ano rendeu 30 milhões na transferência para o Real Madrid. Se FC continuasse o "calvário", por onde andaria agora?
Muitos mais exemplos poderia citar.
É claro que os 40 milhões de Falcão vão enchendo os dirigentes de "razão", mas como dizia há tempos a D. Filomena Costa, parece que este tipo de negócios enche mais qualquer coisa.
E os treinadores, que até são todos portugueses, que responsabilidade têm nisto? E os treinadores e dirigentes ligados à formação nos clubes será que estão a trabalhar bem estes aspectos, isto é, preparando esses jovens para a "guerra" desigual que os espera no escalão sénior?
Imaginem que igual situação se passava noutros sectores da nossa sociedade!
A globalização é uma faca de dois gumes, mas que haja, pelo menos, igualdade de oportunidades entre os jovens jogadores portugueses e de outras origens. Tendo até outros aspectos, será sempre preferível apostar nos portugueses, em vez de estrangeiros de valor semelhante.
Este assunto deve ser objecto dum debate de todos os interessados no fenómeno do futebol.
Por mim, sinto vergonha e já nem me revejo no meu clube do coração.
Desportista atento a tudo o que se passa no desporto e que, por este meio, pretende intervir, sugerir, denunciar e sensibilizar todos os agentes desportivos, sejam eles Dirigentes, Clubes, Treinadores, Atletas e Jogadores, Adeptos, Imprensa e todas as Autoridades ligadas de forma directa ou indirecta ao fenómeno sócio-desportivo. A importância do desporto, em geral e do futebol em particular, nas sociedades modernas exige de todos os "agentes" atitudes em conformidade com essa importância.
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