sexta-feira, 15 de abril de 2011

O éxito do futebol português. A verdade da mentira?

É inegável que as três equipas portuguesas Porto, Benfica e Braga, conseguiram um feito digno de registo futebolístico, às quais endosso os meus parabéns, (como sportinguista) mas pode dizer-se que foi um êxito do "futebol português"? É essa é a verdade da mentira.
Foi-o de três equipas constituídas largamente por jogadores estrangeiros (latino-americanos) e isso é motivo de orgulho, num país falido?  Eu não me revejo nisso, sem falsos chauvinismos.
Graça a este "êxito", hoje não há crise em Portugal e nem se fala no FMI, porque o povo está "bêbado" com os feitos dos clubes portugueses, mas depois do dia 18 de Maio (data da final?) acabará por passar-lhes e, então, cairão na dura realidade deste país, onde mesmo no futebol (abaixo do 5º/6º) é um deserto).
Neste momento, alemães, holandeses e finlandeses (três dos povos que recusam ajudar Portugal na resolução da crise financeira) devem estar "intrigados" por verem que um país em "bancarrota" consegue colocar três equipas nas meias finais de uma prova da UEFA (a Espanha - outro país latino,  tem 3, restando das oito uma inglesa e uma alemã). Dirão: que raio de país é aquele onde o futebol, mesmo que "importando jogadores", precisa deste "antídoto" e esquece a crise económico financeira?
Para alem dos jogadores, este sera´um êxito dos dirigentes que internamente fazem "guerras vergonhosas e violentas". Deveria ter juízo, mas eles lá sabem quanto a manipulação de massas serve os seus interesses.
Dos treinadores, os três portugueses? A esses só os critico porque nada fazem em defesa dos jogadores portugueses. É uma facto que estão pressionados à obtenção de resultados imediatos e, por isso,  acabam por ceder aos interesses dos empresários e dirigentes, privilegiando os estrangeiros, em detrimento dos portugueses. De qualquer modo a esses se devem o êxito, mas de qualquer modo, este , com excepção do FCP, deve-se a contingências dos jogos (a bola que bate na trave e não entra, etc). Veja-se a "felicidade" do  primeiro golo do Benfica contra o PSV, para não citar outras contingências. E do Braga que jogou sessenta minutos com dez jogadores?
Para mim, os grandes obreiros são, assim, os treinadores que provam que são tão bons como os melhores, se lhes derem oportunidades e, acima de tudo, a mesma paciência que os adeptos têm para com os estrangeiros e os deixem trabalhar. No estrangeiro, estes são olhados como treinadores do "terceiro mundo" e, por isso, andam por equipas de países de "segunda divisão ou menos", com excepção de Mourinho.
Os oportunistas, aqueles que se colam após os êxitos (Secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias, Gilberto Madail, etc) já apareceram a colher os louros. Deveriam ter vergonha.
A propósito, sabem que há clubes da primeira liga com salários em atraso? Esta é a mentira do futebol português, em simultâneo com  a vergonha em torno dos estatutos da FPF.

1 comentário:

  1. Sempre me questionei sobre o proveito de Portugal, e dos portugueses em relação ao êxito dos nossos compatriotas no estrangeiro. Antes, era para não sermos tratados como um país do terceiro mundo. Mas afinal, é isso que somos. Descobriu-se agora a careca. Faltou-nos o verdadeiro patriotismo, e não aquele que envolve o endeusamento do futebol e dos seus intervenientes. Preferia ser humilhada por não ganharmos jogos, do que sermos um país de desgovernados e trafulhas

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